quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Exposição "Para que a Memória não se Apague... - Memorial do Holocausto"

„Primeiro levaram os comunistas, Mas não falei, por não ser comunista. Depois, perseguiram os judeus, Nada disse então, por não ser judeu, Em seguida, castigaram os sindicalistas Decidi não falar, porque não sou sindicalista. Mais tarde, foi a vez dos católicos, Também me calei, por ser protestante. Então, um dia, vieram buscar-me. Nessa altura, já não restava nenhuma voz, Que, em meu nome, se fizesse ouvir.“

Martin Niemöller  1892 – 1984


No dia 27 de Janeiro comemoramos o Dia Internacional das Vitimas do Holocausto. Este ano resolvemos celebrar esta data com a Exposição “Para que a memória não se apague… - Memorial do Holocausto” que estará patente na Biblioteca da nossa escola (Escola Secundária de Valbom).
Comemorar esta data, lembrar os horrores do Holocausto e, sobretudo sensibilizar para que o mesmo não se volte a repetir parece-nos ser o nosso dever ético como cidadãos e docentes.
O desconhecimento destes factos, dos milhões de mortos e das enormes atrocidades cometidas fazem com que deixemos, a cada momento, ressurgir extremismos que se servem desse desconhecimento para chegar cada vez a um maior número de pessoas. Não podemos deixar de aprender com os erros do passado.
Pretendemos com esta exposição evocar todas as vítimas e não apenas as de crença judaica, porque o Holocausto marcou a história de vítimas de todos os credos e crenças, perseguiu e dizimou os mais fracos e sem voz.
Educar hoje não pode dissociar-se do conhecimento histórico, das memórias, da aprendizagem com o passado. Se queremos hoje formar homens e mulheres íntegros, preocupados com o seu semelhante, atentos e interventivos nas situações de injustiça temos de valorizar o ensino da História como uma “arma” para combater o desconhecimento e, consequentemente as desigualdades e injustiças.
Não encontraremos nesta exposição apenas exemplos de atrocidades cometidas, mas também histórias de homens e mulheres que arriscaram a sua própria vida em prol do seu semelhante, sem olhar a credos ou cores. Homens, como o português Aristides de Sousa Mendes, são dignos de serem evocados como heróis num tempo que parecia esquecer os mais básicos direitos da dignidade humana.
Durante esta exposição será criado um Memorial das Vitimas do Holocausto e, de uma forma simbólica, todos os elementos da comunidade escolar irão acender uma vela como homenagem, não só às vítimas inocentes de todos estes horrores mas também em homenagem a todos que disseram “não” a esta “loucura colectiva” e ajudaram a salvar as gerações que hoje vivem e nos contam esta história. 
Na semana de 29/01 a 02/02, os alunos poderão igualmente visualizar na Biblioteca vários filmes sobre esta temática.
Porque “salvar uma vida é salvar a humanidade inteira”… como refere o Talmud, não deixaremos que a memória se apague e que as vozes que lutaram e lutam contra a indiferença sejam esquecidas.

Helena Peixoto – Docente do grupo 400 e Coordenadora da Exposição

(Janeiro de 2018)

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